Seja bem-vindo
São Paulo,27/04/2025

  • A +
  • A -

O meu sangue ferve por negócios

Os planos nada modestos da Ferve: alterar as engrenagens de negócios dos músicos no Brasil


O meu sangue ferve por negócios Mercado musical recebe nova plataforma para monetizar carreira, a Ferve

A Gazeta Mercantil Digital conversou com exclusividade com Giuliana e Maria Rita Lunardelli (CEO e CMO) e Hélcio Filho (CTO) da Ferve, uma nova iniciativa brasileira para o mercado musical. A empresa lançou uma plataforma, com a cooperação de diversos selos e editoras, para tentar forjar um novo ambiente de relacionamento entre músicos e seus fãs. 

A ideia é oferecer não somente uma alternativa de receita para os artistas, mas também alterar muito a lógica de relacionamento entre eles e os consumidores. Se conseguirem seus objetivos, o pote de ouro no final do arco-íris é uma maior liberdade e independência dos músicos tanto das plataformas de áudio como das redes sociais.

Quem viver verá, pois as cartas estão na mesa e eles abriram o jogo com detalhes e ideias sobre a iniciativa.

Você pode acessar o podcast Sala de Cultura neste link: Sala de Cultura no Spotify


Fizemos um resumo da conversa abaixo:

GMD: Quais os objetivos por trás dessa proposta da Ferve?

Ferve: Nosso projeto anterior, a WePlay, foi uma iniciativa para reativar muitos catálogos shows que estavam esquecidos e desde então conversamos com o mercado sobre os desafios do setor para entender as oportunidades nele, então vimos que essa transição 

GMD: Vocês trazem a experiência da WePlay, como isso deu suporte para essa nova iniciativa?

Ferve: Baseamos tudo em dados, conversando e olhando os números que tínhamos e entendemos que o mercado está precisando de uma mudança, especialmente quanto ao relacionamento com redes sociais. Mas o grande gatilho foi tentar interferir nessa baixa remuneração dos artistas nas plataformas digitais, esse foi nosso grande incômodo. Então percebemos que o futuro da música não está na quantidade de músicas ou de postagens, mas sim no relacionamento deles, na conexão, com seu público principal.   

GMD: A plataforma promete uma inversão de lógica, focando em menos volume e mais profundidade. Explica melhor essa tese.

Ferve: Não somos concorrentes das plataformas de streaming, mas uma alternativa a eles, pois enquanto eles exigem muito conteúdo para prover remuneração relevante, nós propomos um modelo em que um grupo mais selecionado de fãs remuneram melhor o artista em troca de conteúdos e produtos exclusivos. 

Esse conceito é um novo modelo de negócio para as carreiras artísticas?

Nosso modelo é o de construção de comunidade, que outros negócios usam. O Patreon e até o Only Fans usam esse modelo, mas o primeiro é nossa grande referência, apesar de fazermos coisas diferentes e adicionais à eles, reforçando o foco no fã.

GMD: Falando com os artistas, o que essa seção Clube do Artista oferece e impacta?

O futuro da música está na conexão, então esse espaço foi criado para isso, mas também para monetizar. Os clubes de futebol talvez sejam quem melhor faça isso hoje, então temos olhado para esse nicho como referência. Apesar de ser um modelo novo, a maioria dos conteúdos já estão feitos ou são facilmente produzidos pelos artistas, além de concentrar no fazer musical como única ação necessária para que esse relacionamento seja fortalecido.

GMD: “O modelo da Ferve ajuda a tornar as carreiras mais sustentáveis”. Que dados vocês levantaram como mapeamento desse desafio das carreiras?

Ferve: Nas nossas pesquisas ficou claro que muitos artistas não conseguem viver de suas carreiras somente, além do que muitos dependem exclusivamente dos shows, algo que é sempre incerto. Então o que pensamos foi criar um produto digital para ajudar o artista nessa monetização de sua carreira. 

Um artista com três milhões de ouvintes mensais numa plataforma de streaming conseguiria a mesma remuneração em nossa plataforma com 1.800 superfãs, por exemplo.  

GMD: “A Ferve busca fortalecer a relação entre artistas e fãs”, nesse mundo de redes sociais, a Ferve se diferencia como nesse processo de intermediação? 

Ferve: a rede social não é um espaço só de música, mas além disso o artista nas redes precisa seguir um modelo que não é do negócio dele, pois são influencers digitais que orientam o tipo de conteúdo que por lá são consumidos. A Ferve é um lugar de talento, feito por músicos, então acreditamos que o que um músico deve fazer está relacionado somente com sua arte, não necessariamente com outros tipos de conteúdo que, às vezes, ele se vê obrigado a fazer.

GMD: A tecnologia tem papel importante nessa proposta, como vocês processam essas ferramentas?

Ferve: Temos o desafio gigante de entregar o que o consumidor está acostumado e saímos do modelo de streaming para essa nova plataforma que foi produzida por nós para suportar tudo que planejamos para ela. Sabemos do que é necessário para que as experiências tanto do artista como dos fãs seja positiva, então nosso trabalho passou a ser entregar uma plataforma que conseguisse proporcionar isso e é nisso que estamos trabalhando neste momento. Mas a missão está adiantada, já lançamos o website e em breve os aplicativos e novas funcionalidades estarão disponíveis.  

GMD: Os planos são para o Brasil, mas há planos para expansão?

Ferve: Hoje estamos focados no Brasil, mas temos planos de internacionalizar. Já temos uma discussão com o Itamaraty para ocupar espaço em embaixadas brasileiras mundo afora e sabemos que alguns mercados, especialmente, gostam muito da música produzida aqui, como Portugal e Japão, por exemplo. 




Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.