Um dos temas mais comentados em qualquer reunião, seja de avaliação de ações ou planejamento do futuro, seja no varejo ou na indústria, a Inteligência Artificial já virou quase assunto obrigatório.

Apesar disso, ainda são poucas as empresas que, de fato, já estão aplicando essa ferramenta em alguma ação estratégica de suas operações, mesmo com um grande número pesquisando em profundidade sobre ela.

E para saber mais sobre os desafios de implementação, a aplicabilidade nos negócios e as projeções para o futuro a Gazeta mercantil Digital conversou com Pedro Duarte, CEO da empresa ShopNext.AI, uma das que já possuem casos práticos no mercado com clientes rodando soluções.

Alguns destaques da entrevista você confere a seguir e a entrevista completa pode ser acessada no Sala de Negócios, disponível na plataforma Spotify: https://spotifycreators-web.app.link/e/zxZjAAK5tSb

Qual o impacto da IA hoje no varejo em particular e nos negócios em geral? 

Considero o grande impacto ainda superficial, as empresas tem se movimentando tentando descobrir o que fazer com isso, mas há empresas como a nossa que tem implantado soluções reais de uso. Mas o movimento de busca disso tem sido grande e podemos considerar esse um grande impacto também

Como você disse, tem muita gente estudando e pouca gente implantando. Onde os projetos estão travando? 

Acho que é um conjunto de coisas, mas o principal é que as pessoas estão ainda tentando entender onde de fato elas podem usar a IA, o propósito ou o objetivo que elas teriam para esse tipo de implantação. 

Como a IA está ajudando na experiência de vendas das empresas?

Hoje temos um caso prático no varejo de moda, que usa nossa solução de personal shopper. Esse é um caso em que temos tido bastante sucesso, pois as operações feitas com IA têm taxa de conversão maior do que outras, por exemplo. E esse exemplo indica uma possibilidade de modelo, pois nosso cliente precisou desenvolver uma solução de IA e nós tampouco, pois usamos soluções de mercado para, em cima disso, criar uma personalização de aplicação para atender o objetivo do cliente, ou seja, o processo pode ser mais rápido e mais fácil do que se pensa e diferente de criar toda uma estrutura de IA a partir do zero.

Falando da moda, que citou, a IA poderia fazer previsão de novas tendências na moda, por exemplo?

Sim, ela pode fazer isso, mas precisaria de dados reais para desenvolver um modelo que pudesse indicar isso ou pelo menos auxiliar na previsão das tendências. Nesse caso seria algo ainda trabalhoso, mas plenamente possível.

Como a IA tem ajudado empresas na formulação de campanhas de marketing?

Quando se cria campanhas de marketing é fundamental se ter informações de mercado e dados precisos, a IA pode auxiliar na organização desses dados e, mais além, pode integrar as campanhas para favorecer as vendas. No geral, as empresas precisam aprender a gerar rotinas de automação de IA, isso é uma meta não só do  marketing, mas de todos os setores.

Em que outras áreas a IA tem ajudado as empresas no dia a dia?

Primeiramente deve-se definir o propósito do projeto, inclusive das pessoas que operam essa estratégia, para depois se definir como e em que áreas ela pode ajudar, pois a IA pode atuar em muitas áreas diferentes. Vendas, estoques, precificação dinâmica, layout de lojas, tudo pode ser parametrizado numa ferramenta de IA, mas sem o propósito, ela atua como um grande gerador de “lero-lero”.

E quais os maiores desafios de implantação de projetos de IA hoje nas empresas?

Para mim o desafio ainda é conceitual, não é técnico. Uma vez que se entende o que quer e o que se quer de retorno, a ferramenta pode ser implantada mais facilmente, pois há muitas opções para “ligar as pontas”. Temos muita coisa para aprender e entender em que campos ela pode ser usada.

Como se mede ROI em projetos de IA?

Existem maneiras claras disso, pois as métricas podem ser analisadas sobre as diferentes operações e nos diferentes cenários. Mas, recomendamos ir além das métricas objetivas, como vendas, pois a satisfação do cliente é algo importante e são indicadores que as empresas devem monitorar com atenção.

O que você enxerga no futuro da IA para as empresas?

Uso uma frase que é: “a IA é o estagiário que virou Diretor de Operações”. Isso permite que a tecnologia habilite pessoas a fazerem coisas grandes nessa mesma medida, acho que a produtividade é algo que tem muito a ganhar com o uso da IA e isso deve transformar o futuro das pessoas e dos negócios.

Para acessar a entrevista completa, acesse o Spotify em: Podcast Sala de Negócios