DeepSeek é oportunidade para países em desenvolvimento
Modelo lançado por empresa chinesa facilita acesso à nova tecnologia por desenvolvedores de inteligência artificial

Os avanços na área da inteligência artificial (IA) generativa promovidos pela empresa chinesa DeepSeek representam uma oportunidade para os países em desenvolvimento, como o Brasil. Isso porque o modelo generativo lançado em janeiro passado por aquela empresa elimina barreiras que até agora impediam o desenvolvimento dessa nova tecnologia por nações sem a infraestrutura adequada.
Se antes eram necessários uma grande quantidade de dados, data centers cada vez maiores para alojar esses dados, chips de última geração e recursos financeiros vultosos, com o advento do modelo chinês abre-se um novo caminho, já que ele não exige tantos dados – pois se relaciona com outros modelos de IA -, é muito mais barato e utiliza o chamado código aberto, um sistema em que qualquer desenvolvedor de IA pode ter acesso ao modelo e adaptá-lo à sua realidade e necessidades.
Essas são algumas observações feitas pelo professor Glauco Arbix, coordenador da área de Humanidades do Centro de Inteligência Artificial da USP, nesta edição do podcast Além do Algoritmo, em conversa com o jornalista Marcello Rollemberg.
“Temos que absorver essas inovações, adaptá-las à nossa realidade e avançar”, destaca Arbix, lembrando que os países em desenvolvimento precisam aproveitar a oportunidade oferecida pelo novo modelo chinês para combater os “enormes problemas” que enfrentam em várias áreas, da agricultura à saúde e à educação.
“Não podemos ser somente compradores de IA”, acrescenta o professor. “Temos obrigação de ser desenvolvedores de inteligência artificial. E nisso as universidades têm um papel muito grande.”
Para saber mais, ouça este episódio do podcast Além do algoritmo, da rádio USP, em: https://jornal.usp.br/podcast/alem-do-algoritmo-8-deepseek-e-oportunidade-para-paises-em-desenvolvimento/